Tráfico de influências em paredes de logradouros públicas, um mosaico da vida e da arte..
No momento em que o dia, a semana, o mês e o ano acabaram, aconteceu! Terminou tudo que havia de recomeçar. Começou tudo de novo…
A vida retirou-se com a morte e a morte disse não existir, se existisse, não existiria a vida. E ali jazia a vida e eu dizendo; você não procura mais o meu ombro para escorar seus escombros…
Mais uma vez a estátua moveu-se, deu uma volta em torno do sol e eu estava tão cansado de esperar que continuei esperando por força do cansaço…
O cúmulo do absurdo é não ter tristeza para chorar e alegria para sorrir. Mesmo assim, o cara era muito romântico; escrevia cartas de amor no editor de textos, transava de camisinha, dava flores de plástico e defecava cheiroso…
Um pássaro pousou no horizonte, perdido. De onde os morcegos veem as coisas de outro ângulo.
Parente é igual a pum. Quando repugnantes, execráveis e insuportáveis. Relevamos e os aceitamos porque são nossos. Às vezes, até regozijamo-nos…
Ela era meio esquisita mas, mesmo não gostando declarou; crava no meu peito esse amor com toda violência da paixão, crava bem fundo para dar hemorragia, para matar sem piedade. Arrebenta, fere com toda fúria para que não haja dúvida, sangra até a última gota, senão ele vai resistir…
Somos muitos porém, pouco somos. Eu sei que foi difícil mas, consegui um pouco de nada pois, só havia luz no início do túnel…
Tudo era tão negro que nem dava sombra. Sem sombra de dúvida, estava claro. A incerteza que a dúvida trouxe talvez, com certeza, duvidou-se cresse no incrédulo…
Tensão que é doente, tendem aqueles que são, fazer doideira doer…
Até onde chegará o meu grito e para onde foi a música que escutei. Onde renasceu o brócolis que comi. O que foi feito das horas que dormi. É o que se lembra do que esqueci. Respiro e não percebo. Se me dão gosto, gosto das rés postas…
Minha vida é um poço e, lá no fundo, bem no fundo, tem água pura e límpida. Embaixo, lama…
Durante o sonho, vivi o que nunca poderia ter sonhado e só gritei para me escutar…
Por que o rastro perseguia o homem e as quimeras debelavam o presente. se as pistas são falsas…
Mesmo que o futuro sucumbisse, a luz seria notívaga porque eu sei a falta que faço quando não estou comigo. Mas, como ninguém é insubstituível…
O ventre-louco falou: Se você quer andar de quatro, primeiro arrume uma sela, para evitar que o montem em pêlo, mas não foi isso que ele disse, todos são iguais perante as coisas fora-da-lei, fazer negócio da china é coisa de poliglota…
Se do obsoleto e da obsoleta nasceram quatro cantos que se uniram tangentes, por que essa vontade de me tornar liquefeito pelo chão feito água, desaguar, evaporar, me desfazer. Por que essa vontade de me esmilinguir…
Acho que vou tirar do saco a paisagem da vida, a esperança – do tamanho do céu -, o sorriso e o brilho do olhos…
Por que o silêncio perseguia o surdo se a esperança pendia no teto e o calor do sol derretia o arco-íris…
A caneta engravidou o papel.Nascem palavras, que crescem nos olhos e engordam o pensamento…
Se o trinco não fecha a boca, como posso disfarçar o que dizem meus olhos, como posso esconder meu rastro se me apego às minhas pegadas…
Alguém gritou; Beatriz! sei que nada será como Dantes. E o literato se desfez em livro numa coriza de palavras e dedos de tinta sem furtar cor…
Estou tentando construir um espaço no tempo, enxugando o mar, esticando o rio até pegar a sua ponta. Pode ser a ponta d’água!
Mesmo que o orvalho molhe o mar e a voracidade do fogo engula a madeira de qualquer maneira, embora, rubra sem vergonha, não haverá futuro para o passado…
Se nadar e pensar em nada, para poder viver quem já olhou. Para poder matar se desata o que com a vida se colou…
Aquele barulho na calada da noite era o silêncio da música que a ameba compunha em parceria com o hipopótamo…
Enquanto o espelho imitava o homem que estava pronto para receber a transfusão do mosquito..
Tem palavra esquisita sem o que significar mas, às vezes, coisa se inventa para ter onde usar…
A grande celebridade assassina conjecturava com o vácuo da mente; – no vácuo da mente tem uma manada de nada que vaga vagamente uma vaga d’água mar onda ondulada – todos são interesseiros, só levam o que eu tenho de bom e eu fico com o pior. E ainda dizem que pobre é esbanjador porque só usa descartável, embora seja, cada vez mais difícil os ricos descartarem algo melhor…
Pegue tudo que foi perdido, embrulhe e jogue fora. Se arrependido for ficar, não deixe tudo para agora. Não esqueça, ainda tem a bengala para se apoitar…
Comi com os olhos o que a caneta gerou com a tinta…
Pensei que a esperança fosse eterna, sigo-a a pé, a cavalo, de avião e ela está sempre no horizonte…
Cumplicidade da vida.O cego olhava de banda. O mudo falava pelos cotovelos.O surdo tocava de ouvido, de tempos em tempos não destrua o fim…
A paz entrou pelo cano do fuzil quando a baleia atracou num arpão, só porque um peixe respirou fundo e saiu d’água para ver como era o mar visto de fora e ficou espantado vendo os pássaros nadarem no etéreo, por que a chuva havia esvaziado as nuvens…
A história seguia as pegadas do futuro para sair do labirinto, quando o sangue me subiu pelas paredes e eu pedi a planta da natureza para consertar uma árvore, que quebrou-se, quando saltou de cima do chão, com medo de cair…
Pensei que a esperança fosse eterna. Mas, ela acaba no horizonte…
Perspicaz era o bigode do gato e a lanterna do vaga-lume quando amizade colorida era coisa de pintor de parede. Digo, de pintor com a parede…
Entre o céu e a terra há o tempo que eu gasto e esbanjo e o relógio economiza para os sonegadores da vida…
Com todo esse tempo em volta, preciso acabar com tudo isso antes que nada chegue ao fim…
Só se prende o choro com um laço na garganta quando a tartaruga traz novidades do além chão, porque colosso não é uma cambada de paquiderme na toalha de praia…
Quando o amor é negado, tanto faz sorrir como chorar. É como um sonho acabado, tanto faz esquecer como lembrar. Sorrir, tira a perturbação. Esquecer, anula o coração.Lembrar, faz o tempo passar.Mas, para que chorar!
Com esse tempo todo em volta, enfim posso acabar em nada…
As gêmeas queriam pegar a mangueira pra molhar a mangueira, chupar a manga e limpar a boca na manga, e depois, consertar a câmera pro concerto de câmara. A que era vesga, falou: a saudade lambe meu coração com sua língua áspera, molha meu rosto e espalha-se pelas fotos futuras que devoram o fogo fato esquecido. Estou catando todo o lixo da memória para queimar com a febre do sucesso que sobe com o mercúrio do ouro pelos rios matando matas…
Levando em conta que uma ervilha alimenta mais que toda teoria econômica, mesmo que a fome acorde com o ronco do estômago, não há necessidade de me plantar aqui…
Quero te passar uma idéia, imagine…
Não quero ficar numa camisa de força, nem levar choque elétrico. Não vou rasgar dinheiro, nem comer titica. Não faça isso comigo, só porque te amo e sou economista. Ah… meu produto interno bruto não da para aumentar a taxa de crescimento de nosso amor, a inflação de pensamentos atordoa meu coração, não existe cambio livre entre nós, está tudo negro, já procuro. emoções no paralelo. Não consigo exportar nada, o que importo não tenho com que balancear, meu querer não rende, não “per capita” nada, não aumentemos nossa dívida externa, ponhamos nosso amor na poupança e caiamos na real…
Quem está a fim de pegar um lugar na esperança e ver se dá para crer na crença fotografando um olhar de soslaio…
De onde vêm as palavras que engoli se com toda vastidão estou aqui limitado ao meu corpo e, depois, dizem, que é por seus heróis que se conhecem os covardes, embora, só baste a vitória dos derrotados. Se o sol nasceu para todos. O sol nasceu…
Na apoteose o gari varreu a realidade pro canto e embarcou na ilusão. Carnavalizou…
É hora de despertar os sentidos antes que revoguem a lei da noite e acabem separando os catetos da hipotenusa pelo simples prazer do descarte da carta na manga que derrotou o super-homem, Nietzsche de pitibiriba…
Um poeta dizia para seus botões; toda inspiração deveria ser divulgada imediatamente, toda mulher deveria passar pelo estágio de musa pelo menos uma vez na vida, todo pingüim deveria ter o direito de ter uma estátua na geladeira, São Jorge não deveria ser despejado da lua, todos os ateus deveriam ter o direito de usar o nome de Deus para se justificar, toda dor deveria ser esquecida para aquecida ser a alegria. Se o mundo acabasse em poesia não se precisaria escrever nada, apenas sentir. Tudo teria uma só rima…
O que me traz felicidades é saber que todos podem ser felizes…
A luz apagava a escuridão do céu da boca porque viver uma vida fácil, difícil era viver o dia-a-dia de uma vida. Meu arbítrio é meu árbitro, eu habito por hábito, não sou sabido é sabido, se me livro do livro…
O que é, o que é: está escrito num gibi? é a vida irmão!
Procuro palavras que não existem para expressar o que sinto. Encontro palavras que existem que não expressam o que sinto…
Mas, eu não queria ter sido, ter nada, ser ávido, ter havido, para que perguntar qual a cor da ilusão e se o prefixo namora as palavras…
Todo verbo pressupõe um substantivo, até um adjetivo em contrário…
A mente procria sêmen(te), até lá que eu não fico por aqui, porque de calo todo mundo fala. Às vezes, se calo dói…
Quando a noite cai, cai a realidade, durmo. Quando levanto do sonho, acordo. Como os dias, pasto…
Sim, eu estou dentro de tudo isso. Você está me vendo, analisando e julgando por minhas palavras, pelo que escrevo. Mas, não se iluda, o que é numa linha, numa página, na outra, já não. Também estou te vendo, faço você se expor pelo senso crítico, pela emoção, pelo sentimento. Trago você para o teu pensamento…
Olhei para a beleza e ela estava triste. Num canto o encanto flertando com a ilusão, e a coragem, vencida, pedia ajuda à esperança. No alto, o amor, já cansado, querendo abraçar a todos. O cachorro latia e os pingos de chuva vinham um atrás do outro para, de mãos dadas, se encontrarem com o mar…
O homem pode fazer tudo o que ele quiser, coisas ruins e boas. Coisas que, até, o pensamento não imagina…
Só, não pode é deixar de existir. Pois, a vida é eterna – com corpo ou sem corpo – como a imaginação e a crença no amanhã…