O som…
Amor…
Escuta…
Sentir suas mãos de preocupação massageando meu coração combalido.
Esmola o fio da faca.
Sentir seus dedos tocando o teclado como se fosse um manto secando as lágrimas que caem de minha saudade.
Como é bom sentir o que tu não diz que sente percorrendo teu coração.
E esse brilho nos teus olhos ao ver o que meus dedos fazem com sua alma, com as carícias das letras que entram por seus olhos.
Como é bom, ver essa dúvida que vagueia no rosto franzindo da tua certeza.
Sinto teu coração querendo fugir do teu peito para abraçar o meu.
E esse amor fantasiado de preocupação com a máscara de indiferença no carnaval das tuas incertezas.
Larga essa mala e volta pra casa.
Diz tua saudade.
Vai que, de repente, tu acorde e veja a chuva e o sol dançando e lembre que só eu provoco o inusitado na tua alma.
Não te chamarei mais, só escutarei tua dúvida sempre triste vagando pelo passado.
A certeza só existe onde há dúvida.
Viajar pelo imponderável e cair numa realidade incômoda, é o preço da certeza.
O palhaço fugiu do circo para alegrar a esperança.
Nada é tão bom que não precise melhorar para ser esquecido.
O amor é evasivo quando disfarçado de indiferença.
Quando o céu não conspira, tudo pira…
O amor é uma energia que só é vista quando sintoniza o canal certo.
Zapear o coração, às vezes, é necessário.
Não titubeie diante da esperança, ela é cruel e pode te pegar.
Arbitrar é julgar e, nem sempre a sentença é justa.
Tem muito réu inocente pagando pelo crime de amar.
Amanhã, tudo continuará onde não estamos.
A matéria é efêmera e o amor não, opte.
O grito oprimido assusta a calma distraída.
Meu coração ateu e teu.
Sair pelai e dar uma desamada, pode ser o caminho da razão material, e só.
Não se luta quando não se tem um adversário.
Amigos, amigos, amores à parte.
Não rola.
Vou mas, fico.
Pode espernear.
Sua pirraça pode não adiantar nada.
Você acredita nessa história?
Nem todas as coisas podem ser escolhidas.
Tudo balela.
Até a liberdade é uma mentira.
Sartre já dizia que todo ser humano é condenado a ser livre.
Isso mesmo, condenação.
Nada que ocorre pode ser livremente determinado por nós.
Atrás de tudo tem uma teia emaranhada, da qual você não se livra nunca, independente da decisão que tome.
É isso. Mais nada.
Quando tiver vontade de ler, me abra. Vai ver sua biografia.
Nem escrever mais eu posso.
Tu quer calar minha voz.
Tu quer calar meu coração.
Tu quer calar a verdade.
Acho que ainda me resta um pouco de classe…