Phoenix

à Carolina

Cinzas
cinzas
acinzentadas
negras
pretas
saltitantes
pirotécnicas.

Cinzas para todos os
gostos
gastos
casos
fins
usos
ventos
tempos.

Cinzas de todos os
tamanhos
graus
tons
prismas
feitios.

Cinzas
boas
ruins
alegres
vivas
tristes.

Cinzas de seu
jeito simples
cheiro gostoso
amor convicto
querer me querendo
rosto em meu rosto
sono em meus braços
calor humano.

Cinzas de seus
olhos me olhando nos olhos
gestos nobres e bobos
beijos carinhosos e comestíveis
desejos tímidos e secretos.

Cinzas de sua
sinceridade pura
voz me chamando
razão sem razão
carinha de preocupação
tristeza alegre e feliz.

Cinzas de suas
palavras sinceras
incertezas passageiras
certezas abstratas
lágrimas zangadas
vontades discretas.

Cinzas de nossos
corpos suados e cansados
sonhos sonhados
planos de crianças
desejos futuros.

Cinzas de nossas
vontades loucas e sóbrias
verdades concretas
mãos apertadas
guerras sem perdedor.

Cinzas das
besteiras que compravas pra mim
nossas brincadeiras bobas e ingênuas.

Cinzas de você
brigando comigo
declarando isso e aquilo
complicando-se com nada
fazendo promessas.

Cinzas da minha
paz
sobriedade
confiança
tranqüilidade.

Cinzas de
felicidade
sonho
beleza.

Cinzas de um
amor
futuro.
Oh! Amor, por que és utopia
Oh! Phoenix, por que és mitologia…