O de bêbado, não tem dono

à Carolina

Após convalescer de uma cirrose amorosa
Conheci uma “barwoman” muito estranha
Pode-se dizer, que foi uma feliz infelicidade

Ela sabia que eu não queria beber
Não a razão mas, sabia
Mesmo assim, insistia para que eu bebesse

Um dia, um trago de carinho
No outro, uma dose de afeto
Ou uma talagada de beijos

E assim, por diante
Ela foi me minando aos poucos
Até que ela resolveu me embriagar de vez

Passou a preparar coquetéis sublimes
Em sua receita, entre outras coisas
Podia-se encontrar…
Carinho á vontade

Boas doses de sinceridade
Chamego a gosto
Amor a perder de vista
Muitas juras perpétuas

Dengos fartos
Sensualidade a dar-com-pau
Poções de paixão 96º
Rompantes de desejos

Quantidades imensuráveis de ternura
Uma pitada de dádiva dos deuses
Alegria até passar da conta

Bastante vida
E o mínimo possível de gelo
Tudo bem misturado

E, eu bebia, bebia
Era aquele porre maravilhoso
Eu vivia embriagado de felicidade

Aí…
Ela me jogou na sarjeta
Garçom! Por favor, um Engov!