Tenho papel em branco
E lápis para rabiscar
Do peito ainda arranco
Poesia para te encantar
Não tenho um carinho
Um colo como abrigo
Navego ao sabor
Onde leva meu umbigo
Já senti indiferença
Do desprezo provei
Assombrações mostram
O quanto eu já rezei
Catei muito cavaco
Aos tropeços cheguei
Já cai em buraco
Trôpego, me levantei
Se, estou meio amargo
Foi tudo que sobrou
Quem comeu o doce
Foi só o que deixou
Vou de pingente
Nesse trem para dor
Como custa chegar
A estação do amor
Cruzo pelas vidas
Atravesso pensamentos
Até marco corações
Com belos momentos
Ferido e cambaleando
Ainda consigo cantar
Me desfazer num verso
E te dar meu último olhar…